Desequilibrado
No banco de trás de uma BMW, uma arrogante Madonna sofre com as ousadas manobras de seu motorista, interpretado por um ator pouco conhecido fora da Inglaterra, mas que parecia nascido para o papel do homem de terno que nunca perde a segurança: Clive Owen é cool. Ponto final.
Torcedor fanático do Liverpool, e talvez o melhor James Bond que nunca veremos, Owen foi descoberto tardiamente por Hollywood. Seu rosto ganhou o mundo somente em 2004 com
“Closer – perto demaisâ€, adaptação da peça que ele já havia feito no teatro. O papel lhe rendeu um Globo de Ouro, uma indicação ao Oscar e status. Isso tudo depois de nada menos que 16 anos desde sua estreia nos cinemas com “Vroomâ€...
Nascido em três de outubro de 1964, Owen foi criado pela mãe e o padrasto (o pai abandonou a famÃlia quando ele tinha três anos e os dois só se reencontraram 16 anos depois). Quarto irmão de um total de cinco, resolveu ser ator de um dia para o outro. Aos 13 anos, juntou-se ao grupo de teatro da escola, mas acreditando que não se pode ensinar ninguém a atuar, preferiu procurar trabalho sem formação profissional.
Aos 20 anos, sem nenhuma perspectiva como ator, rendeu-se e foi estudar arte dramática ao lado de colegas como
Ralph Fiennes. Após alguns papéis no teatro, interpretou o conquistador John Ridd na televisão em “A força de uma paixãoâ€, transformando-se em uma estrela na Inglaterra. Em seguida, veio a série “Chancer†e ainda mais popularidade.
Irritado com a súbita atenção dos tablóides e com medo de ser estigmatizado pelo papel, Owen passou a buscar personagens mais diferentes. Por dois anos, dedicou-se exclusivamente aos palcos até que, em 1997, conseguiu enorme sucesso de público e crÃtica com “Closerâ€. No ano seguinte, protagonizou o filme “Croupierâ€, que chamou a atenção de Hollywood e o levou para a série de comerciais da BMW (em que estrelou o
“Conduzindo Madonna†“Star†do primeiro parágrafo).
Vieram então “Assassinato em Gosford Parkâ€, “A Identidade Bourne†e seu primeiro protagonista na malfadada superprodução “Rei Arthurâ€. Mas, mais uma vez, Owen conquistaria o grande público com “Closerâ€, desta vez como o coadjuvante Larry, que roubou as cenas de Julia Roberts,
Jude Law e
Natalie Portman.
Já astro, brincou com o noir em
“Sin City†e com o cinema de ação em
“Mandando Balaâ€. Ao mesmo tempo, estrelou produções elogiadas como
“Filhos da esperança†e
“O plano perfeitoâ€. Com
“Duplicidade†e “Trama Internacionalâ€, Owen brinca agora com sua própria persona cinematográfica: o homem de terno, cool e irreverente, que não deixa dúvidas: perdemos mesmo um ótimo 007.
E assassino