Valente


Nossa avaliação

[xrr rating=3/5]

As animações infantis parecem estar seguindo uma certa tendência que, de tão formulaica, provavelmente vem de pesquisas de mercado. Afinal, como explicar que filmes como “Kung Fu Panda 2” “Happy Feet 2”, “A Era do Gelo 4” e este “Valente” apresentem temáticas tão similares com relação ao conflito entre pais e filhos? O desafio à autoridade (e seu subsequente arrependimento) já rendeu obras fantásticas como “O Rei Leão”, mas seu excesso recente acabou por transformá-lo em uma espécie de clichê. Não que seja novidade os estúdios apostarem naquilo que vem dando certo de acordo com suas pesquisas, o problema é a Pixar passar a fazer isso.

“Valente” acompanha Merida, uma princesa da Escócia medieval que se recusa a aceitar as exigências de seu cargo, como se casar com um pretendente escolhido pelos pais ou se comportar adequadamente seguindo as etiquetas sociais. É uma mulher independente no tão machista mundo da Disney, o que por si só a torna uma das “princesas” mais interessantes já apresentadas pelo estúdio. Exímia arqueira, ela também vai acabar se envolvendo na caçada a um urso monstruoso e vai tentar desesperadamente salvar o roteiro confuso do filme.

Pois apesar de bem construída, sua personalidade é pouca aproveitada pela trama, que se perde entre a disputa dos pretendentes, a briga com a mãe e sua transformação, e a caçada ao urso. Tudo intercalado pelos trigêmeos irmãos de Merida que buscam ser um alívio cômico que funciona poucas vezes. Se a inovação temática da Pixar não está presente, o desenvolvimento dramático da trama também deixa a desejar, com personagens como a bruxa e o vilão surgindo como muletas narrativas para ajudar a história a andar. Além disso, o filme se perde ao propor que cada um deve construir sua própria vida e ao mesmo tempo apresentar uma moral da história que envolve aceitar o seu destino.

Apesar dos problemas, a excelência técnica continua a mesma, com designs bem elaborados, ação fluida e belíssimas imagens. Revelando-se como uma espécie de “Game of Thrones” para crianças (ou seja, sem tudo aquilo que faz “Game of Thrones” tão legal), “Valente” diverte como uma típica produção Disney. E este é o problema. Sobrou o estúdio do Mickey e faltou Pixar. Melhor ficar mesmo é com o curta “La Luna”, que precede o longa. Este sim, um típico representante do estúdio que já nos deu “Toy Story”, “Ratatouille”, “Os Incríveis”, “Up” e “Wall – E”.


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