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“Imortais” é visualmente deslumbrante, e esse é o maior elogio que poderá ser feito ao filme. Um verdadeiro samba do grego doido, a produção dirigida por Tarsem Singh coloca o herói mitológico que matou o Minotauro em uma trama tão sem sentido que Athena (Isabel Lucas), a deusa da sabedoria, é representada como a personagem mais burrinha em cena…
Teseu (Cavill) é o escolhido de Zeus (Evans) para impedir o rei Hyperion (Rourke) de libertar os Titãs e assim destruir toda a humanidade. Pelo caminho ele vai encontrar uma oráculo sensual (Freida Pinto) e deuses que parecem saídos direto de um desfile na Sapucaí.
Tudo parece uma desculpa para o diretor abusar da bela direção de arte para contar uma história de virilidade, em que o vilão representa a castração (seja no capacete em forma de tesoura ou na máscara dentada) e o maior ato do herói é conseguir se reproduzir (a “imortalidade” alcançada pelos descendentes).
Henry Cavill convence no papel, possuindo o porte heróico e um rosto ao mesmo tempo inocente e confiante que cai bem em Teseu (e tem tudo para funcionar também em seu “Superman” dirigido por Zack Snyder). Já Tarsem tem o mérito de fugir do lugar-comum e escalar jovens atores para o papel dos deuses, especialmente Luke Evans, que quebra com a tradicional representação de Zeus como um velho barbudo.
Violento (com sangue espirrando nos olhos em 3D), “Imortais” apresenta uma jornada que no fim não faz muito sentido, com a Oráculo (que no início dava a impressão de ser a personagem que conduziria toda a trama) esquecida durante o clímax e muitas viagens desnecessárias.
Trata-se de mais um caso de muito estilo e pouco conteúdo. Nessa mistura de “300”com “Tróia”, a criatividade da mitologia grega encontrou no visual de Tarsem e na profundidade de campo do 3D uma de suas melhores representações. É uma pena que tenham se esquecido da história a ser contada.
Uma resposta para “Imortais”
[…] em outro lugar qualquer, bastando trocar os nomes dos personagens e sua região. Para completar, a estética de escola de samba poderia até funcionar, mas os efeitos especiais não tem nem o charme stop-motion do antigo […]