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Os Três Mosqueteiros 3D é a melhor adaptação para o cinema que já vi dos antigos jogos “Final Fantasy”. Ok, “oficialmente” é uma adaptação do romance homônimo de Alexandre Dumas, e tem elementos do clássico da literatura francesa: o pobre jovem D’Artagnan (Logan Lerman) que vai a Paris se juntar aos Mosqueteiros e acaba se aliando aos inseparáveis Athos (Matthew Macfadyen), Porthos (Ray Stevenson) e Aramis (Luke Evans) no combate a uma conspiração liderada pelo ambicioso Cardeal Richelieu (Christoph Waltz, encarnando o vilão de fala macia pela centésima vez).
Mas também tem quase todos os elementos que fizeram da série de games japoneses um sucesso: o herói ingênuo e confiante que parte em busca de aventura; o veterano amargo e desiludido que será seu mentor; intrigas reais e a ameaça de uma guerra entre os reinos; a ladra sexy; o vilão que luta sujo; uma trilha sonora às vezes repetitiva e irritante; uma miríade de personagens que não passam de caricaturas; e, é claro, navios de batalha que voam pendurados em balões.
Não deixe que essa última parte te assuste. Se navios voadores no século XVII parecem inverossímeis, que dizer das proezas inacreditáveis dos heróis, ou das artimanhas dignas de Ethan Hunt (o mocinho de Missão: Impossível) da espiã Milady? Por sinal, a vilã é interpretada por Milla Jovovich, cuja beleza parece bem inverossímil por si só. Mas “realismo” não é a preocupação do diretor Paul W. S. Anderson (da série “Resident Evil”), e o filme assume sua “lógica de desenho animado” desde a sequência inicial, que envolve o mosqueteiro Athos emergindo de um canal em Veneza usando um traje de mergulho de época.
O universo colorido e ingênuo de “Os Três Mosqueteiros” parece querer evocar a mesma sensação de diversão despretensiosa da série “Piratas do Caribe”. Só que, apesar de ter Orlando Bloom (na pele do audaz, cruel e levemente “piratesco” Duque de Buckingham), o filme não tem, é claro, Johnny Depp. Em alguns momentos a combinação de humor, ação e os diálogos espertos até chegam ao nível da série da Disney, mas durante boa parte da projeção não escapam dos clichês.
Se você gostou das aventuras do Capitão Jack Sparrow, provavelmente irá apreciar “Os Três Mosqueteiros”, mas não tanto. É um filme divertido, despretensioso e superficial. Ideal para levar as crianças, ou para assistir na Sessão da Tarde.