A macaca está de volta aos cinemas! “Planeta dos Macacos: A Origem” é uma reinvenção da franquia que fez sucesso na virada dos anos 60 para os 70 e ainda contou com um polêmico remake pelas mãos de Tim Burton. Para ajudá-lo a entender melhor essa história de macacos dominando o nosso querido planeta, o Pílula presta mais uma de seus serviços de utilidade pública e apresenta um especial sobre todos os filmes da série. Conheça – ou relembre – como era o mundo quando os macacos dominavam as telas dos cinemas.
O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes – 1968)
O início de tudo. O primeiro filme da série, adaptado do livro de Pierre Boulle. Considerado um dos grandes filmes da história do cinema. A propósito, você leu nossa seção “Na Prateleira” sobre o filme? Não? Então para de macacada e clique aqui.
De volta ao Planeta dos Macacos (Beneath of the Planet of the Apes – 1970)
A continuação do sucesso de 1968 traz o que aparentava ser o final definitivo da série.
Isso porque temos o fim do mundo.
As críticas às guerras e o desapego da sociedade com o futuro do planeta são novamente a marca registrada desse filme, porém agora, essa critica é ainda mais clara. Praticamente um tapa na cara.
O risco de um futuro caótico é apresentado com a descoberta de uma raça de seres humanos que vivem nos subterrâneos da Zona Proibida do planeta. Eles são sobreviventes dos ataques nucleares das guerras que aconteceram antes dos Macacos dominarem o mundo. São dotados de poderes psíquicos e religiosamente adeptos à crença de que o salvador do mundo é uma bomba nuclear desativada: a Bomba do Juízo Final (ei, estávamos nos anos 70!).
Aqui o foco é o fanatismo religioso e as possíveis consequências que ataques nucleares trariam ao planeta, um exemplo das preocupações da época, quando o mundo ainda vivia a Guerra Fria e a Guerra do Vietnã.
[spoiler]O filme termina com um inevitável conflito entre macacos, os humanos moradores do subterrâneo e os humanos astronautas que vieram do passado, terminando com a explosão do planeta Terra, após a ativação da Bomba do Juízo Final.[/spoiler]
A Fuga do Planeta dos Macacos (Escape from the Planet of the Apes – 1971)
Três macacos conseguem fugir do planeta antes de sua destruição, utilizando a nave dos astronautas. Esses macacos são Dr. Milo (Sal Mineo) e, os já conhecidos, Zira e Cornélius (Kim Hunter e Roddy McDowall). Usufruindo do histórico da nave, eles fazem o mesmo caminho que os astronautas da década de 70 fizeram, percorrem o tempo e caem na Terra no ano de 1973.
Dr. Milo morre em um acidente e os outros dois chimpanzés se tornam atração mundial, batizados pela mídia de “Macaconautas”.
Esse filme é o mais leve de todos da série, com muitas piadas e aquele climinha de Sessão da Tarde. Mas observa-se mais uma leve critica dos autores da série sobre a “sociedade do espetáculo”, ao mostrar a futilidade de todos ao transformarem os dois macacos em astros, como se o que realmente importasse fosse a exposição dos dois seres diferentes.
O clima do filme muda quando o governo descobre que os macacos são sobreviventes de um futuro caótico em que a raça humana era subjugada por símios. [spoiler] Zira e Cornélius são perseguidos e mortos em prol da integridade e futuro da raça humana. Porém, dias antes de morrer, Zira havia dado a luz ao seu filho Milo, que foi entregue ao circo pelos pais enquanto estavam sendo perseguidos e conseguiu se salvar. O primeiro passo do domínio dos macacos sobre a Terra havia sido dado… [/spoiler]
Conquista do Planeta dos Macacos (Conquest of the Planet of the Apes – 1972)
A história dá um salto, e o filme se passa no futuro de 1991. Todos os gatos e cachorros do planeta morreram devido a uma epidemia e os macacos passaram a ser os novos bichos de estimação do homem. E muito além disso, devido à inteligência dos macacos, o homem passou a utilizá-los como mão de obra em trabalhos como garis, garçons e empregados domésticos.
César (o filho de Zira e Cornélius que foi rebatizado pelo circense que o acolheu) cresce fingindo ser um macaco normal, já que o governo ainda procura o filho dos macacos que vieram do futuro, fazendo com que ele vá, aos poucos, acumulando ódio pelos humanos.
Para aumentar esse ódio, seu dono morre assim que o governo descobre que César é o filho dos “macaconautas” e, ao fugir, o macaco passa pelos brutos treinamentos nos campos de concentração em que os macacos ficavam para aprenderem suas funções servis.
Fortemente focado na questão da escravidão e do descaso do homem com os seres inferiores – ou no caso do próprio filme, dos seus semelhantes, já que o homem é a evolução do macaco – a “Conquista do Planeta dos Macacos” explica como ascendeu o domínio símio sobre os humanos, e é César que orquestra toda a revolução e rebelião dos macacos, influenciando os animais irracionais e ensinando-os a utilizar armas.
Nasce aqui o que é conhecido como O Planeta dos Macacos. Na verdade, “Planeta dos Macacos: A Origem”, estaria muito mais para um remake deste filme do que para um prelúdio do original…
Batalha do Planeta dos Macacos (Battle of the Planet of the Apes – 1973)
Último filme da série clássica, “Batalha do Planeta dos Macacos” passa-se alguns anos depois da conquista símia.
César agora tenta estabelecer uma comunidade em que humanos e macacos possam viver juntos. Porém, implantar esse tipo de governo pode ser mais difícil do que aparenta. As opiniões são divididas, os Gorilas (extremistas) não apóiam César e querem um regime em que os humanos sejam apenas escravos, tratados como seres inferiores. Os humanos sobreviventes aos ataques nucleares – que moram nas cidades radioativas devastadas pelas guerras – por sua vez culpam os macacos e querem vingança.
Filho de macacos que vieram do futuro, César sabe o que o destino reserva para humanidade e quanto mais a história flui e maior se torna a tensão entre os macacos e humanos, mais tem-se a impressão de que o único futuro possível para o Planeta dos Macacos é aquele cenário caótico vislumbrado no primeiro filme.
Esta é a grande questão de “Batalha do Planeta dos Macacos”: será que temos a capacidade de mudar nosso futuro? Ou será que o destino é algo sólido, imutável, e uma vez escrito não tem como alterá-lo?
[spoiler]César mostra que não, mostra que o destino pode ser reescrito, pois quando a guerra definitiva entre os Gorilas e os humanos da cidade radioativa acontece, o líder dos macacos, junto aos seus seguidores, monta uma terceira força que, com inteligência, ganha a batalha. Dessa forma, gera um novo futuro em que macacos e humanos vivem juntos em igualdade.[/spoiler]
Planeta dos Macacos (Planet of the Apes – 2001)
Quase 30 anos após o lançamento do quinto filme da série, a Fox decide reviver o “Planeta dos Macacos” com um remake do filme de 1968.
Inicialmente a ideia parecia boa, mas o filme foi um fracasso. Nem juntando Tim Burton na direção e Tim Roth e Michael Clarke Duncan no elenco ajudaram.
O roteiro é péssimo e Mark Wahlberg não convence no papel principal, sem dizer que nenhum personagem tem motivação para existir: as coisas simplesmente acontecem por acontecer, tropeçando em fatos que surgem por acaso na trama.
No clássico filme de 68, um dos pontos fortes era a densa crítica sobre as consequências de guerras sem sentido, crítica essa que desapareceu no remake, sendo substituída por cenas de ação desnecessárias.
A reinvenção de “O Planeta dos Macacos” foi mal recebido pelo público e crítica e é vencedor (ou não) de três Framboesas de Ouro, dentre elas uma na categoria “Pior remake ou sequência”. Esse grande fiasco fez com que a série ficasse longe dos cinemas por mais dez anos, só retornando agora com o reboot “Planeta dos Macacos: A Origem”.