“Brightest Day #20” foi provavelmente o lançamento mais significativo de uma semana recheada de títulos polpudos. A série quinzenal da DC vai ganhando ímpeto na reta final, fechando o arco de histórias do Aquaman logo após encerrar a trama do Gavião Negro na última edição. O encerramento da “aquaguerra” é épico em escopo, ainda que a resolução seja meio apressada. Geoff Johns consegue dar um forte apelo dramático ao grupinho chefiado pelo rei dos mares, mas o verdadeiro destaque é a arte do brasileiro Ivan Reis, possivelmente o melhor artista de super-heróis da atualidade.
Ainda na DC, e também escrita por Geoff Johns, “Green Lantern #62” começa a amarrar o arco dos “Novos Guardiães”, saga que vem mantendo o título do Lanterna enrolado desde o fim de Blackest Night. Felizmente, parece que agora a história engrenou, ainda que permaneça prejudicada pela falta de carisma do protagonista: se Hal Jordan sofreu por décadas do mal da Era de Prata (que era o fato de os heróis da época serem definidos pelos super-poderes, sem mostrar nenhuma personalidade marcante), agora que o Lanterna Verde da Terra começa a mostrar alguma personalidade, acaba sendo a de um genuíno babaca.
“Fables #102” mostra as fábulas tendo que lidar com o novo status quo da revista, surgido dos acontecimentos cataclísmicos de 2010. Um discurso da Bela descreve bem a situação dos habitantes de Fabletown: especialistas em fugir (afinal, o grupo sobreviveu justamente por terem decidido escapar das terras natais, ao invés de ficar e lutar contra o Adversário), eles acabaram em um beco sem saída, e agora não resta alternativa senão enfrentar o bicho-papão da vez (que acontece de ser, literalmente, O Bicho-Papão). Ironicamente, os personagens deste que é um dos únicos quadrinhos de sucesso fora do gênero super-heróico decidem buscar inspiração justamente no mundo das máscaras e colantes. E o melhor de tudo é que a ironia não passa despercebida ao autor Bill Willingham, que promete transformar as próximas edições em um exame satírico do universo dos super-heróis.
A equipe de vilões forçados a serem heróis e chefiada por Luke Cage enfrenta seu maior desafio em “Thunderbolts #143”, na forma de um psicopata de um universo alternativo com os poderes do Superman. O título da Marvel é uma daquelas boas surpresas que passam despercebidas, ficando muito atrás das porcarias escritas por Brian Bendis atualmente em vendas. Thunderbolts é ação super-heróica da boa, com boas doses de intriga e desenvolvimento dos personagens: o autor Jeff Parker dá a cada vilão sua própria motivação para participar da equipe, fazendo com que odiemos alguns (como Moonstone ou Crossbones) e comecemos a gostar de outros (como Ghost ou o Fanático), mesmo que eles sejam bem disfuncionais.