[xrr rating=3/5]
Denzel Washington adora brincar de herói de ação, mas apesar de algumas boas escorregadas, continua com a moral intacta, muito longe de se tornar um Nicolas Cage. Parece que o ator gosta de testar seu status de cool, principalmente em suas parcerias com o diretor Tony Scott.
É o caso de “Incontrolável”, thriller baseado em um acontecimento real: no ano de 2001 um trem com 47 vagões percorreu mais de 100 quilômetros e atravessou três estados antes de ser parado. E adivinha qual o herói que tem a missão de parar a máquina desenfreada e salvar todo mundo? Ele mesmo…
Só que Washington, ou melhor Frank, veterano engenheiro da rede ferroviária, ganha a companhia de Chris Pine. A fórmula é velha, mas costuma funcionar: um astro bem estabelecido dividindo a cena com o ator-revelação do momento. E “Incontrolável” é isso mesmo, produto de uma fórmula testada inúmeras vezes pelos filmes de ação hollywoodianos.
O filme não traz nenhuma novidade, a não ser um Tony Scott mais contido nos cortes bruscos e nos filtros verde-azulados. E aí está seu maior mérito: o diretor busca fazer exatamente aquilo que se propôs, sem muita firula, e o resultado é satisfatório.
Existe um suspense crescente que é muito bem conduzido, desviando a atenção dos furos na história e situações improváveis. Washington faz o papel de sempre, mas domina o filme com um pé nas costas. Pine não atrapalha como o coadjuvante esquentadinho e com problemas familiares. O resto é aquele climão de tragédia anunciada, políticos e empresários inescrupulosos e algumas boas cenas de ação.
“Incontrolável” tem cara de filme feito para televisão, e se não fosse o orçamento de 100 milhões de dólares e o elenco estelar, poderia ser facilmente confundido com um “O Carro Desgovernado” da vida. Diverte, mas seu habitat natural vai ser mesmo na telinha de casa em um sábado à tarde…